"Você é o que escolhe ser. Escolha o amor." Isha



quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Feliz Dia da Amizade!!!




Da solidão ao encontro de seu melhor amigo

Nestes tempos em que vemos as notícias do que acontece e nos sentimos sobrecarregados e desolados, e esse sentimento se aprofunda se nos conectamos com o passado, com o que tínhamos, com os afetos perdidos e tudo o que já não está, sentimos isso como o peso que foi deixado no transcurso dos anos, a história. Muitos se conectam com um vazio e o atribuem à falta de apoio emocional externo, a que ninguém se preocupa por eles ou à falta de um(a) namorado(a), de um amigo, da família. Enfim, os motivos são diferentes. Muitos estão longe de sua terra natal, movidos por necessidades econômicas, e não conseguem criar raízes ou sentir que pertencem.

Qualquer que seja a causa, o sentimento de solidão aperta o coração, fecha a garganta, faz com que nos fechemos e vivemos em pânico e angústia. Sentimo-nos vítimas do desamor. Muitas vezes tememos este sentimento mesmo que estejamos rodeados de pessoas, mas nossas velhas dores, nossas proteções para não sofrer e tantas coisas mais, nos fazem impermeáveis a compartilhar os afetos.

Desta maneira não podemos receber, não podemos detectar o que vem para nós, o que nos querem dar, já que esse sentimento fecha as portas. Outras vezes estamos tão aferrados ao passado, a castigar-nos pelo que não fizemos ou pelo que nos saiu mal, ou temos tantos ressentimentos que são como uma couraça de aço que já não nos permite nem nos aproximar, que só existe isso para nós: o velho sentimento de reprovação, de rancor por algo que já sucedeu. E é assim como fechamos as portas à vida e às novas vivências compartilhadas. Geralmente não percebemos que, os únicos que o ressentimento realmente lastima, é a nós mesmos.

Estes rumores subterrâneos tiram-nos as forças, tiram-nos as vontades e afundam-nos neles. É um enfoque de nossa mente que repete o passado, que não nos permite viver o presente e que não vê o futuro, só vê o mesmo que já foi. Minha intenção neste encontro é compartilhar um convite para deixar ir o passado e abraçar o presente, novo, fresco, com inocência, alegria e amor. Isto é o que eu tive que descobrir para sair de meu próprio sentimento de solidão e abandono no qual estava imersa afogando-me nos medos, e enquanto não toquei fundo, não pude sair. É bom tocar fundo, já que só há uma direção para a qual ir, e é saindo daí, fazendo o oposto do que temos feito até agora, e, sobretudo, amando esse lugar no qual nos sentimos vítimas apenas por viver.

Temos uma tendência automática que às vezes se transforma em vício: sofrer. Meu convite é para descobrirmos algo que está esperando a ser acordado em si, está dentro, em seu coração, pelo simples fato de você ser humano. E este caminho leva você a viver em amor-consciência. Quando expandimos o amor incondicional em nós, desfazendo dos medos e da bagagem que nos pressiona e separa, a solidão é um sentimento que já não existe. Você começa a abrir-se a receber, pois está dizendo SIM a si mesmo, à vida, estando presente à cada momento com o que é, em lugar de estar ausente, pressionado pelo que foi e encapsulado pelo medo de que volte a se repetir.

A consciência jamais está sozinha. Observe as crianças: elas brincam sozinhas, imaginando coisas, sentindo-se completas dentro de si em cada momento. NÃO pensam “seria mais feliz se tivesse mais amigos”, elas não pensam assim. Apenas criam seu próprio entretenimento. Tudo o que você precisa está dentro de si. A consciência jamais está sozinha, porque está amando a si mesma. Desfruta de si mesma e vive completa dentro de si. Você pode estar em uma sala com cem pessoas e sentir-se só, porque estar consigo mesmo é insuportável: “Não gosto de estar só, preciso de alguém ou algo que me distraia e me mantenha afastado de mim”. Mas se está ancorado no amor-consciência pode estar sozinho, mas nunca sentir-se só, pode escolher estar com alguém, mas na realidade não precisa de ninguém. O que achamos que precisamos é uma ideia, porque buscamos fora, porque nos afastamos da fonte, porque temos o hábito de ver o copo meio vazio ao invés ver meio cheio.

O que aconteceria - e esta é minha proposta neste encontro – o que aconteceria se a cada vez que você sente que lhe falta algo e que dirige o olhar para fora de si buscando, passo seguido a não encontra-lo, passo seguido a se sentir pesado, sem disposição, triste, sem forças, desalentado, ou como seja, como se tivesse uma grande bagagem que pesa mais a cada dia, o que aconteceria se você se focasse em apreciar as menores coisas que lhe rodeiam, apreciar, ainda que não faça sentido, a florzinha pequenina que quase pisou e que em sua pequenez goza de uma perfeição de linhas, de formas, até de aroma, que é de maravilhar-se? E se você apreciasse o menino brincando, o cão guardando seu osso, a mamãe que carrega sua filhinha, ao casal que caminha de braços dados como se não existisse nada mais no mundo, a nuvem que está por tampar o sol, ao som do tráfico tão ruidoso que quase poderia ser uma sinfonia desafinada, e assim, tudo você olha com apreciação? Notaria que algo em seu peito, em lugar de se apertar, começa a se abrir, e até que, em algum momento, talvez você se encontre com um sorriso que se esboça desde dentro para fora.

O apreciar é como dizer sim a tudo, e talvez, apenas talvez, você até note que começa a emanar esse SIM e a atrair a atenção de outros que vibram nessa sintonia. Mas sem expectativas, não para conseguir algo, senão para viver o momento com outro sentimento, com outra cor. Aprecie seu hoje. E escute, escute profundamente dentro de si e verá como a solidão ficou para trás e você já encontrou o seu melhor amigo. E assim, sanando a separação de si mesmo, você também não se sentirá separado do resto. Quando o amor está fluindo desde dentro de si, você pode dar aos outros, e também encontrar, o que estava buscando em tantas partes e com tantas pessoas: seu melhor amigo. Estava o tempo todo lhe esperando, esteve sempre ali, em seu coração.

Isha

Tradução: Fabiana Simões
Foto: httpwanessalins.blogspot.com.br201112abraco-guardado.html

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